4 de jun. de 2010

Seu Zé

Já passava das dez, o domingo tinha sido intenso e aqueles momentos de silêncio convidavam a um último relaxamento e ao sono.  O som de um violão entrando pela janela me levou ao portão onde Alexandre e Júlio surgiam na noite em meio ao nada.

Uma Seresta!!! Quão importante sou, mas logo soube que em seu peito traziam o nó do que deveríamos dizer ao barbeiro, que na tarde anterior, além de atender um policial a revelia do horário reservado pelo Alexandre, deixando meu amigo esperando, ainda deu a entender que os da noite (artistas) podem esperar.

No sofá mesmo, logo que chegaram, já começou o parto. Era música e letra, tudo surgia sem que esperassemos. E da sala para o quintal, do quintal para a cozinha, lá pelas três da manhã, preparando o computador para gravar a música, ainda ouvi o bracinho que saia da boca do Júlio... "Eu faço samba na alvorada e você dorme, eu vejo o dia clarear".
Pronto. Tinha nascido mais um samba.

A madrugada avançava, e o carro partia levando meus parceiros.


Não seu , por um segundo
Saiba, um Pai nunca é um vagabundo.
Mas seu , ainda no assunto
Agora sou eu quem te pergunto.
Posso não ser bancário,
Também não sou otário
Nem sei se a malandragem corre no meu DNA
O que te interessa o meu ofício
Se faço fácil ou difícil
Não vou te contar.
Eu sou dona de casa, também sou motorista, 
com filho na escola e duplicata para pagar.....
Eu faço Samba na alvorada
E você dorme
Eu vejo o dia Clariar.
Eu faço Samba na alvorada
E você dorme
Eu vejo o dia Clariar.





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