4 de jun. de 2010

Rabo de saia

O inverno se fazia presente, principalmente a beira do Rio Piracicaba, e o começo da noite trazia um vento leve mas penetrante. No copo a água da cana era única coisa que os aquecia. Alexandre e Ricardo. Cheguei e já me sentei, o violão parecia ser a única coisa estranha naquele ambiente, até perceber que tinham se encontrado para compôr. Atravessado que sou e puto que vinha, não demorou a me encostar mais na chapa gelada da cadeira de lata e falar, "Mulher para mim, granfina não dá.....
Algum tempo depois lá estava ele, foi chamado de  "Rabo de saia".




Mulher, assim tão certinha não dá
Doutora granfina, cheia de virtudes
Seus lençois de seda me fazem enjoar
Gaiola profunda, não de iluda
Vou te abandonar


Mulher, Pretinha vem cá
Me poda, me esterca
Sou sua roseira
meu rabo de saia
Me faz implorar
Trás calça de linho, me paga um michê
Preu me apaixonar.


Mulher, sem ela não dá
Meu rumo, meu prumo
Meu vício eu assumo
Minha fraquesa, não posso negar
Vestida ou desnuda
Falante ou muda
Vou me apaixonar.




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