11 de jun. de 2010

As Mãos



Primeira Mão

Morava ainda com minha família em São Bernardo do Campo, trabalhava como metalúrgico e viajava diariamente para Santos onde cursava Engenharia. Não bastasse a enquet com alguns amigos se deveria ou não por o pé na estrada, percebi que viver o dia todo trancado em um galpão não seria meu destino. Na calçada ficou o Pai e a Mãe que não dispensou a oportunidade para algumas lágrimas e 1001 recomendações. O fato é que estava indo e fui. No meio da serra a paisagem convidou a motocicleta  para uma parada. Que floresta, Atlântica, verde, vou pensando comigo: Bom, Cara agora é com você, o mundo é seu,  e de repente vou sentindo algo acima de minha cabeça, algo no céu. Voltei a olhar a mata, e o céu, então percebi.... Uma mão enorme, mas enorme mesmo, era maior que o céu, e bem acima da minha cabeça. Senti que havia uma Mão ali. Bom, tratei de prosseguir rumo a Santos onde me hospedaria na pensão da Zita ao lado da Delegacia, da Faculdade de Odonto, de Arquiterura, e de onde meses depois  deixaria a faculdade de Engenharia  para estudar Física em Londrina e depois em São Carlos. Ali naquela Serra percebi, mas não entendi que Algo já guiava meu destino.

Para relaxar:       Click Aqui  Ouça "Um toque de amor" Zizi Possi

Um toque de amor            

Quando eu sinto o toque
do amor na mão na canção que eu fizer
Eu me sinto enorme sobre esse chão
e um anão perante o céu

Quando eu sinto o toque do seu coração
encostado junto ao meu
Eu me sinto enorme sobre esse chão
e um anão perante o céu.

...Eu me sinto enorme sobre esse chão
e um anão perante o céu. 
Zizi Possi


Segunda mão

Foi no próprio Centro de Raja Yoga de São Carlos, a casa antiga era um pouco afastada, e mudamos para a Av. São Carlos. A casa era bem grande e havia uma sala só para exposição bem de frente para a rua. Uma vez Adelino comentou que não acreditava como eu tinha feito aquilo, a reforma tinha sido geral. Agora que estou me lembrando dos detalhes, uma cortina dividia a recepção e a sala de aula, além de uma sala só para meditação, em outro cômodo era  nosso quarto. Lembro-me como se fosse hoje da irmã Gudi entrando na cozinha, com os olhos super brilhantes e imersa na experiência de que já havia estado naquela cozinha e era igualzinha. Adelino viajava muito e numa noite deitado, sozinho, alguns pensamentos começaram a surgir, lembrei-me de alguém e tal e lá se foi me minha mão rumo as pernas, então pensei, aiaiai, e agora, estou aqui no Centro e não posso fazer nada de errado. Imaginem, tinha 20 anos e estava disposto a jogar os órgãos dos sentidos para o espaço, mas hábitos são hábitos, e estava disposto a mudá-los, para mudar a visão. Mas minha mão ia. De repente, senti outra Mão segurar a minha e afastá-la. Epa. Estava sozinho na casa, o breu era enorme,  a casa então imensa. Um calafrio correu pela minha espinha e não me mexi até que o despertador tocasse as Três e Quarenta e Cinco para Amerit Vela. Estava animado pois na tarde anterior tinha realizado um novo projeto, um Brahma Baba Light. rsrsrsrsrsr


Terceira mão

Foi em Om Shanti Bhavam, Madhubhan, Que numa aula ou troca de experiências, Ouvi de uma irmã o compartilhamento de sua experiência de como tinha se relacionado com o Pai, de forma tão amorosa e carinhosa. Ouvi, e retornando ao meu quarto, pensei, Ah, minhas experiências são mais práticas, de amigo, de companheiro, etc, não muito de amor, carinho, e tal, e fui dormir meio "chateado" com isto. Fiquei com "vontade" daquela experiência. Não é que já deitado surgiu a Tal da Mão! Pois é, acariciou meus cabelos, bem suavemente. várias vezes. Só que desta vez, estava em Madhubham, e aproveitei a experiência e adormeci.





Quarta Mão

Esta não é bem uma mão, é uma "visão",  Tendo deixado Campinas e residindo em Piracicaba onde criamos a Editora Confluência, futura Editora Brahma Kumaris, diante da decisão de retornar com a Editora para São Paulo, fiquei meio sem opção, e o trabalho esta exigindo muito. Ainda mantinha minha regularidade em todas as atividades, etc. e num sábado a tarde, tudo limpinho, nada melhor do que uma meditação de duas horas no Centro. Desci do Jardim Elite de Bicicleta e curta padjama branco. A meditação foi regular e ao sair, já no portão, olhei para a Av. Saldanha marinho no sentido da editora, e tive um sentimento, foi puro, mas senti que não queria ir para a editora e onde morava sozinho, não tinha mais o que fazer ali. De repente, em menos de um segundo, tudo se passou na minha cabeça, outra casa, outro lugar, um ambiente, e uma moça, e um senhor, tudo claro e instantâneo. Senti novamente o guidão da bicicleta e perguntei para mim mesmo, onde fica isto? A "visão, intuição tinha sido clara" Olhei para baixo, para o lado, pensei comigo mesmo como vou encontrar esta casa? Tratei de seguir. A moça eu mais ou menos reconhecia, acho que era uma que vi uma vez numa palestra, mas onde fica esta casa? Quem é esta moça? A resposta só veio tempos depois quando Denise estacionou seu carro em frente a editora. Ela havia me ligado a tarde, uma moça que desconhecia, querendo conversar sobre espiritualidade. Marcamos um jantar, ela passaria e me levaria. Quando abri a porta do carro é que fui perceber que aquela era a moça da visão. Jantamos no antigo Restaurante Casa Velha, na Rua do Porto, e a uns quatrocentos metros do banco onde Denise disse estar sentada e ter tido a inspiração de me procurar. Nos tornamos companheiros por algum tempo, seu pai residia nesta casa que depois foi comprada e ao nos separarmos ela foi para um apartamento e eu e seu pai Sr. Augusto residimos neste imóvel por vários anos até sua morte. O imóvel mais parecia um museu, bem localizado e cheio de pedras, livros, estátuas, e tudo mais, uma sala só para biblioteca, outra para meditação. Ela acabou se aproximando de minhas irmãs de Campinas, viajando para Índia, etc. Eu vivi bons anos na companhia do Sr. Augusto, um velho português dono de uma cultura impar. Ganhei um pai por alguns anos, que substituiu o meu que a anos já tinha ido e curiosamente também se chamava Augusto.


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