8 de jun. de 2010

Marajoba

Para entender esta história....,

Apresento minha amiga Lia, que há muitos anos atrás apareceu na Signflex. Eram mil pedaços, tantas direções que demorei um pouco a me achar, mas entendi: Escrever escolar nas duas laterais do onibus da Escola Cooperativa de Piracicaba, onde a Diretora Beth, anos depois se tornaria a Beth Coração.

O serviço ficou bem feito, o pagamento veio num saco cheio de dinheiro miúdo, prova da cooperação. No outro dia, ela me apareceu com um portfólio e um homem. Era o Jeter, seu marido. A sua altura já espantaria, a voz parecia uma montanha se desfazendo, e os olhos se encontrados atrás das grossas lentes dos cansados óculos, tinham um misto de tristeza, alegria e desapego difíceis de encontrar.

O fato é que não demorou a ficarmos amigos e há alguns anos depois, diante de uma daquelas fazes onde dinheiro e trabalho parecem não existir, independente das necessidades, nos tornamos sócios de uma impressora que nos custou o que tínhamos e o que não tínhamos. Jeter já havia me dito. Brhô, se este negócio não der certo, o casamento não segura.

E lá vamos nós, e não deu certo mesmo (Dependendo do ponto de vista). Não funcionando direito, a máquina ficou parada por seis meses até que eu juntasse o valor para comprar minha parte. Então, preto no branco, tudo certinho, tá aqui a grana e lá vai o Serjão para mais aventuras, e Lia, com o suado capital comprou a MARAJOBA. Imagino e sei de muitas envolvendo este veículo, mas vou me deter a parte que me toca.

Companheira grávida, casa em construção, trabalho só dando trabalho. Carro? Os últimos tinham  gerado tantos problemas que estavamos andando de onibus e a pé (Li a Biblia inteirinha nestas viagens de onibus). Neste período Lia passou a cuidar de seu Pai, que doente não podia dirigir, etc.

A Marajoba, na rua, pouco davam por ela, mas Lia sabia que ali se escondia uma jóia, e sem muita conversa, sem combinações, sem nada, nem um centavo, me vendeu o carro.
Já se passaram alguns anos, e a Marajoba, continua firme, ainda não conseguimos pagar um centavo dela, também não fomos cobrados. Ano passado, o pai da Lia nos forçou a transferir o veículo. O pagamento? Com ceteza será feito. Muitos já disseram: Porque não contam esta história para o Luciano Huck? O Lata Velha poderia transformar a Marajoba e então devolveríamos a Dona.

"Não passou no teste. Estavamos só experimentando."

.
   

Um comentário:

  1. Tenho mais algumas histórias surpreendentes envolvendo este carro, uma delas é a materializaçao quântica de um bagageiro.

    ResponderExcluir