19 de jun. de 2010

Seu Augusto

Aqui posso falar de dois, meu pai físico do qual guardo três conselhos e do Seu Augusto, português pai de Denise e que foi visto juntamente com a casa antes de ser apresentado. Bom, de meu pai lembro-me de estarmos descarregando um caminhão de areia, e resolvi parar, era bem pequeno e aquele caminhão parecia sem fim. Então ele deixou de lado a pá, secou a testa com a costa das mãos e me disse "Olha, de onde você tira e ninguém põe, um dia acaba". Até hoje em muitas situações prossegui lembrando-me disto. Ai, comprando laranjas em algum lugar, lembro-me claramente ele dizer "Filho, as pretinhas são as melhores, e separou algumas para que eu visse. E já grande em São Bernardo vendo que eu andava meio atrapalhado, me disse. Cara, consegue um trabalho, uma Nega bôa e fica quieto na sua casa.
Agora, O seu Augusto, havia algum tempo que conhecia Denise e ela me convidou, porque você não vem conhecer meu pai, e lá vou eu, desci a Doutor Paulo de Bicicleta e adentrei pela casa meio ofegante e deparo-me com aquele senhor que mais parecia um duende, e me lembrou o Vinícus de Moraes. Conversa vai, e vem, e vamos conhecer a casa. Desci a escada arrepiado, era a casa, a atmosfera, sabia que seria ali. Já tinha visto aquilo antes. A casa da visão, a providência da Mão.
Decidimos passar a noite ali, e cedo pensei, "vou ouvir do pai da moça, e passando pelo corredor ele me cumprimenta "Alah esteja convosco", começava ali uma amizade de alguns bons anos, pois me separaria de sua filha e viveríamos juntos, eu, um velho pai-amigo, uma biblioteca, e mais milhares de ossos, pedras, e toda sorte de objetos. Durante os anos que vivemos juntos, assimilei muito de seu conhecimento, um velho ateu. Mais tarde vim a saber que seu filho era  e é um dos arqueólogos submarinos mais importântes do mundo.


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