15 de abr. de 2014

A Eternidade: O Tempo como um Ciclo








A Eternidade: O Tempo como um Ciclo

É difícil para a mente compreender a eternidade – sem início, sem fim... Os “porquês” são discutíveis e ficam sem resposta, quando não há um ponto de partida. Se eu olhar para um círculo, uma roda, é impossível encontrar o início ou o fim... Pode, tal imagem, ajudar-me a entender a eternidade?
Ao olhar para o mundo natural à minha volta, vejo ciclos intermináveis por toda a parte: no crescer e minguar da lua, na mudança gradual das estações do ano, no tempo medido no mostrador de um relógio... nada na natureza segue uma linha recta! Porque é que a natureza humana deveria ser a excepção?

O Ciclo do Drama do Mundo

O Drama do Mundo é a história das almas humanas, a sua ascensão e queda, vitória e derrota, felicidade e sofrimento, sabedoria e ignorância, liberdade e escravidão. É a história do jogo das forças do bem e do mal, e dos diferentes estados por que passam as almas humanas, em cinco diferentes épocas (actos). É a história da humanidade na sua viajem no drama (representação), através do ciclo da eternidade. É a história mais grandiosa alguma vez contada… e todos adoramos uma boa história!...

Os Cinco Actos do Drama (Peça) do Mundo

1º Acto: A Idade do Ouro

O 1º Acto inicia-se com a cena do despertar da idade do ouro. Cada indivíduo manifesta, no seu comportamento, a sua natureza divina de pureza, paz, felicidade, amor e verdade, em completa harmonia interior. As suas acções e relacionamentos, amorosos, são os fios que tecem o tecido da sociedade. São seres divinos, cujo respeito pela natureza é tal, que a Terra os serve com abundância. A vida familiar é plena de felicidade porque as relações são baseadas na honestidade e na confiança mútuas. O comportamento e as atitudes são altruístas e de partilha. A integridade da alma expressa-se através da sabedoria natural e da realização espiritual. É o paraíso.

2º Acto: A Idade da Prata

O 2º Acto continua com uma cena, em que a esplendorosa manhã do primeiro dia deu lugar a uma tarde amena e tranquila, onde se manifesta já um gradual declínio, desapercebido pelos próprios actores, que entretanto aumentaram significativamente em número. Embora continuem radiantes de amor e paz, embora a natureza continue resplandecente de cor e beleza, a frescura original que caracterizou a manhã, desapareceu. Os actores começam a prestar maior atenção à forma e funções externas, do que às realidades internas; as experiências dos sentidos vão deixando impressões na alma. A integridade começa a dar lugar à influência. Os recursos materiais são divididos em menor quantidade, para se ajustar à maior procura. Embora não haja negatividade ou tristeza, e todos continuem a ser mestres das artes de viver, a qualidade de vida é ligeiramente menor.

3º Acto: A Idade do Cobre

A mudança do 2º para o 3º Acto, à medida que começa a escurecer, é dramática. É marcada por uma radical mudança de consciência: do auto conhecimento para o auto esquecimento. Este esquecimento do verdadeiro “eu” espiritual, cria dualidade na mente dos actores. Os primeiros sinais de conflito interno e discórdia externa, aparecem dentro da própria peça. Esta queda do estado de graça da consciência da alma, para a ilusão da consciência do corpo, traz consigo a perda de auto-soberania. Os seres humanos são compelidos a procurar o poder e as posses, para compensar um vazio interno, crescente. Ao tentarem reencontrar a verdade e a iluminação perdidas, são enganados, acreditando que o acumular de bens materiais lhes trará segurança e paz mental.

4º Acto: A Idade do Ferro

O 4º Acto encontra o palco do mundo numa total escuridão, ilusão e desespero. Verifica-se um extraordinário declínio dos valores morais, éticos e espirituais. Os seres humanos encontram-se acorrentados aos pilares de práticas e hábitos imorais. A tristeza e a intranquilidade largamente espalhadas, tornam-se a regra do comportamento humano. O mundo está dividido em inúmeros grupos, muitos dos quais se opõem entre si em jogos de poder, com base nos seus próprios interesses e conveniências. A família humana está num ponto de rotura. À medida que a noite avança, a população sofre um aumento exponencial, até que os recursos do planeta alcançam os seus limites.

5º Acto: A Idade do Diamante

O 5º Acto consiste apenas numa cena, na qual o Director da Peça se torna o Actor Principal. Ele aparece silenciosamente, num canto do palco, e começa a desvendar as verdades inerentes à história da vida humana: a verdade da imortalidade da alma, o seu relacionamento eterno e verdadeiro com Deus , e o verdadeiro caminho para a elevação e preenchimento. Estas palavras de verdade suscitam, nos actores, lembranças profundas do seu passado longínquo; há um despertar... Diante do amanhecer, eles podem observar, de novo, o carrossel da vida, na sua totalidade: de uma natureza divina à dualidade, da Idade do Ouro à Idade do Ferro... cada alma moldando-se ao ritmo eterno de cada momento, até que o círculo se completa. Com o amor de Deus nos seus corações e a verdade a permear novamente o seu ser, os actores dão os últimos passos na sua saída do palco, unidos na visão da manhã dourada que se aproxima. A escuridão da noite vai dando, gradualmente, lugar à aurora do novo dia. À medida que a cortina vai descendo, no 5º Acto, ela sobe novamente para marcar o início do 1º Acto. A humanidade completou o círculo; a velha jornada da vida acabou; um novo mundo começa!...
O guião desta peça soa-lhe familiar? Já teve alguma vez a experiência de um “déjà vu” – o sentimento de que já cá esteve? E se a história for verdadeira, e já esteve, realmente neste lugar em tempos?

LIFE GODS: Gilberto Gil & Marisa Monte