21 de set. de 2011

PRESIDENT OF INDIA, SHRIMATI PRATIBHA DEVISINGH PATIL



PRONUNCIAMENTO DE SUA EXCELÊNCIA, A PRESIDENTE DA ÍNDIA, SHRIMATI PRATIBHA DEVISINGH
PATIL, NA INAUGURAÇÃO DAS CELEBRAÇÕES DO JUBILEU DE PLATINA DA BRAHMA KUMARIS

[Fonte: Site da Presidência da Índia – link direto: http://presidentofindia.nic.in/sp160911.html ]

Gurgaon, Harayana, 16 de Setembro de 2011

Senhoras e Senhores,

É um prazer inaugurar as Celebrações do Jubileu de Platina da Universidade Espiritual Mundial Prajapita Brahma Kumaris. 75 anos é um marco importante na jornada de qualquer organização. A Brahma Kumaris não é uma religião, mas uma fraternidade e, com sua mensagem sobre a importância de uma vida rica espiritualmente e baseada em valores, tem tocado as vidas de milhares de pessoas de todas as esferas, de
diferentes nações, culturas, credos e raças. É digno, portanto, o tema “Um Deus, Uma Família Mundial” para a celebração de seu Jubileu de Platina.

Começarei fazendo menção a um pensamento de Gandhiji, que dizia: “Eu acredito na unicidade absoluta de Deus e, portanto, também da humanidade”. Isto reflete muito bem a filosofia básica da Índia, contida
no conceito de “Vasudhaiva Katumbakam”: o mundo é uma família.

Este pensamento é um resultado de um entendimento profundo da inter-conectividade e inter-dependência entre os seres humanos. Nesta atual era da globalização, ouvimos este eco, quando o mundo é descrito como uma aldeia global e onde solicita-se a todos os seres humanos para que sejam cidadãos globais para promoverem o bem global.

É claro que cada indivíduo é uma entidade importante. O mundo coletivo que estamos construindo é dependente de nosso comportamento individual. O macrocosmo é, assim, um produto do microcosmo. Esta, novamente, é uma antiga verdade. Nossas vidas não são como ilhas isoladas; ao invés disto, estamos vivendo próximos uns aos outros. Cada um tem que ser profundamente consciente da realidade, de que apenas haverá paz e harmonia em nossos ambientes se houver paz em nossas mentes. É somente por isso que buscamos viver em paz com nossos companheiros, os seres humanos, bem como com a natureza. Para que as comunidades vivam em harmonia, é necessário que os seres humanos expressem as qualidades do amor e da compaixão, e que trabalhem para criar calma e concordância. O propósito de nossas vidas deve ir além da autossatisfação. O interesse pela humanidade e o desejo de aliviar o sofrimento sempre foi um pensamento e ação exemplar para os indivíduos e a sociedade. Isto requer um espírito de doação e generosidade. É dito em um dos Shlokas (N.T.: versos de escrituras religiosas):

“As árvores dão frutos para beneficiar outros.
Os rios fluem para ajudar outros
As vacas dão leite para outros
Portanto, nossas vidas existem para ajudar outros”

Os seres humanos têm um potencial imenso para superar considerações estreitas e aspirar o bem-estar maior. Isto pode acontecer quando nossos pensamentos, atitudes, emoções e ações são corretos. Todas as
religiões sustentam o caminho da virtude e da retidão, e enfatizam a importância de se perseguir a paz, unindo-se a isso a bondade e generosidade, bem como a superação da raiva e da ganância. Hoje, se
olharmos à nossa volta, vemos que as coisas não estão bem. Nesta situação, as pessoas precisam fortalecer suas mentes e controlar sua ganância. Construir um reservatório interno de energia positiva
requer reflexão, instrospecção e autocorreção por parte do indivíduo, em cada estágio da vida. Sentimentos de luxúria, raiva, ganância, apego e ego, que geram emoções negativas, não levam nem ao
nosso bem-estar, nem ao de outros.

É uma questão preocupante, que demasiado egoísmo penetrou em nossas sociedades. As antigas visões se tornaram limitadas. Por exemplo, vejam o significado vinculado ao “sucesso”. Ele é frequentemente medido
em termos de ganhos materiais e, nesta corrida pelo sucesso, nós nos esquecemos dos relacionamentos humanos. Nós às vezes nos esquecemos que, em pequenas coisas, como sorrisos amorosos, conversas amigáveis, palavras de encorajamento, ao compartilhar nossas alegrias e tristezas, existe ali um grande significado. Uma vida significativa, como mencionado, é aquela em que se vive para os outros. A consciência espiritual e o fortalecimento das pessoas deveriam andar de mãos dadas com o progresso material. Somente então poderemos realizar o sonho de estabelecer paz e prosperidade no mundo.

A construção da paz envolve outro elemento essencial. Refere-se a rejeitar a violência de qualquer tipo,uma vez que mesmo a forma mais sutil de violência pode destruir a paz. Em relação a isto, Mahatma
Gandhi, o apóstolo da não-violência, descreve este assunto como um credo, e como uma estratégia que engloba respeito e amor por todas as formas de vida. Usar-se de uma linguagem áspera também é uma
forma de violência.

O ativista pelos direitos civis americanos, Martin Luther King Jr., profundamente influenciado por Gandhiji,disse: “Responder à violência com violência multiplica a violência, adicionando ainda mais escuridão para uma noite já desprovida de estrelas... O ódio não pode remover o ódio: somente o amor pode fazer isto. A não-violência e os sentimentos puros por todos são necessários para promover a unidade na diversidade”.

Frequentemente as diferenças são criadas devido a uma carência de compreensão e mal-entendidos.Precisamos criar pontes para estas divisões, necessariamente, através do diálogo. O diálogo produz uma
confluência de vários canais de pensamento, opiniões e aspirações. O diálogo reúne as várias contribuições para produzir um grande movimento no avanço humano. A Índia é uma terra de muitas crenças e culturas
e, o princípio do secularismo, sagrado em nossa Constituição, está baseado no respeito por todas as religiões. Gostaria de enfatizar aqui novamente que, não apenas a tolerância, mas o respeito por todas as
religiões é importante. Assim, não há espaço para ideias de segregação de nenhum gênero: região,religião, idioma, cultura, casta, credo, ódio ou qualquer outro. Precisamos trabalhar juntos com unidade de propósito para tornar a Índia, que tem uma sociedade pluralista, uma nação ainda mais próspera e harmoniosa, baseada na fundação do secularismo, o qual tem sido o princípio básico de nossa Constituição.

Junto com isso, o progresso deveria tocar cada setor da sociedade. O crescimento inclusivo é muito importante na construção de uma base equitativa, estável e sustentável para o crescimento da nação.

Pessoalmente, sempre fui uma militante do fortalecimento das mulheres, ao acreditar que temos um potencial imenso, e que ao canalizarmos nossas energias construiremos sociedades mais pacíficas. Uma
natureza intrinsecamente feminina é aquela em que há doação e nutrição. Estas qualidades são muito importantes para se criar sociedades estáveis. É digno de se observar que, a partir de seu humilde começo
em 1936, a instituição Brahma Kumaris emergiu como uma enorme organização, liderada majoritariamente por mulheres, que trabalham incansavelmente pela paz, harmonia e a fraternidade universal. Eu congratulo vocês por isso.

Espero que as Celebrações do Jubileu de Platina espalhem a mensagem de compaixão e unicidade; e inspirem as pessoas a construírem pontes de unidade entre todas as culturas e credos. Uma vez mais, congratulo a Brahma Kumaris nesta importante ocasião, e desejo-lhes votos de sucesso para alcançarem a nobre visão de criarem um mundo de paz e harmonia.

Om Shanti (Saudações de Paz).

[Fonte: Site da Presidência da Índia – link direto: http://presidentofindia.nic.in/sp160911.html ]

Baixar pdf: http://www.bkwsu.org/media/brazil/documentos/Pronunciamento_Presidente_India_e_Brahma_Kumaris_set.2011.pdf


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Veja ainda carta da  fundadora da OBK convidando Ghandi, convidando-o para um refrescamento espiritual.

http://compreensaosuficiente.blogspot.com/2011/09/mama-primeira-mae-75-anos-depois.html

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2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Nota de Wagner Borges: Na Cosmogonia Hinduísta, Saraswati é a esposa divina de Brahma, O Criador. É a Deusa do Conhecimento. Lakshmi é a esposa divina de Vishnu, O Preservador da vida. É a Deusa da abundância.
    Embora não seja citada no texto, só para completar o time das consortes divinas, faço menção aqui a Parvati, a consorte de Shiva, O Transmutador das energias. Ela é a deusa das energias e da alegria, e mãe de Ganesha e Kartikeya.
    Dentro da clássica Trimurti divina do Hinduísmo, o Pai-Mãe de todos é personificado em três aspectos fenomênicos. De acordo com a preferência do devoto, esses aspectos podem ser evocados na figura de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Daí a clássica divisão dos deuses e suas consortes na concepção hinduísta: Brahma/Saraswati, Vishnu/Lakshmi, e Shiva/Parvati.
    Apesar dessa divisão fenomênica clássica, lembro ao leitor que por trás de toda manifestação está o mesmo UM, a mesma Consciência Cósmica, o mesmo TODO que está em tudo! Chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina dá na mesma no final, pois não há final mesmo, só O Eterno, O Absoluto, O Imanente, O Grande Invisível, O Mestre de Todos, O Incomensurável Amor Que Gera a Vida.

    Papai do Céu, O Grande Arquiteto Do Universo, Mamãe Celeste, Alá, Deus, Jeová, Zambi, Tupã, Grande Espírito, A Deusa, A Grande Mãe... tudo isso são só nomes limitados e finitos que os homens inventaram ao longo do tempo para tentar definir o Incognoscível Poder-Amor-Luz Que Está em tudo e em todos.
    Que cada um escolha o nome ou aspecto fenomênico que melhor lhe convier, desde que isso seja por inspiração e expressão de amor na jornada da vida.
    Tudo é ELA/ELE, ou ELE/ELA, ou melhor dizendo, TUDO É UM!

    http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5142:781-saraswati-e-lakshmi&catid=31:periodicos&Itemid=57

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